quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Perto ou Distante?

Tenho percebido que a partir da minha postagem inicial vários comentários demonstram uma mesma inquietação: como cuidaremos do convívio humano tão necessário na formação de profissionais que optaram por um curso à distância.

Pois bem, não defendo a idéia que o convívio deva ser excluído do ensino-aprendizagem, mas acredito que a educação à distância possa ser sim um elemento inovador que agregará novos valores e novas formas de conhecimento; por isso, a mesma deve ser adicionada à formação profissional e não ser uma substituta da educação já existente; isto na graduação.

Quanto ao professor estar presente fisicamente acredito que isso não seja o fato determinante para que a EaD seja considerada boa ou ruim; como comentado aqui em outras postagens por leitores, à vezes, convivemos com pessoas em nossa casa, em nosso dia-a-dia e mesmo assim há distância. Então, quando é que estamos de fato perto de alguém? Quando é que realmente estamos juntos de nossos alunos? Será a sala de aula física que nos aproxima mesmo ou podemos nos aproximar de outras maneiras?

Segundo Miguel G. Arroyo, " é de nosso ofício transmitir, ensinar e internalizar competências, formas de pensar, valorar e sentir que acompanharão os educandos na vida ativa, social e produtiva. Mas como cumpriremos essa função social? Ilustrando suas mentes e ensinando conhecimentos e formas de conhecer." (grifos nossos)

Ensinar-aprender é mais do que estarmos frente-a-frente num espaço físico. Envolve afetividade, inclusão do outro nessa relação; aceitação. Como ignorar a tecnologia digital do mundo de nossos educandos?

"...um bom docente será também um bom tutor. Um bom docente “cria propostas de atividades para a reflexão, apóia sua resolução, sugere fontes de informação alternativas, oferece explicações, facilita os processos de compreensão; isto é, guia, orienta, apóia, e nisso consiste o seu ensino”. Da mesma forma, o bom tutor deve promover a realização de atividades e apoiar sua resolução, e não apenas mostrar a resposta correta; oferecer novas fontes de informação e favorecer sua compreensão. “Guiar, orientar, apoiar” devem se referir à promoção de uma compreensão profunda, e estes atos são responsabilidade tanto do docente no ambiente presencial como do tutor na modalidade a distância" (LITWIN apud MACHADO; MACHADO)

Penso que seja assim que devemos cumprir nosso "ofício"; respeitando a realidade de nossa sociedade aprendente no momento em que ela convive e quer conviver com a internet.

"Todo conhecimento é humano, poderá e deverá ser útil, imprescindível. Poderá desenvolver a consciência e a lógica, o raciocínio e a sensibilidade, a memória e a emoção, a estética ou a ética. Depende do nosso trato pedagógico..."(ARROYO, 2000, p. 215)


Referências Bibliográficas:

ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre. Rio de Janeiro: Vozes, 2000. p. 182/183 e 215)
MACHADO, L. D.; MACHADO, E. de C. O papel da Tutoria em ambiente de EaD, 2004. Artigo publicado http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/022-TC-A2.acesso em 17 ago. 2011).




2 comentários:

  1. Prof. Patricia,
    Realmente a presença não assegura a proximidade entre professores e alunos. Muitas vezes as pessoas estão em um mesmo ambiente e mesmo assim continuam separadas por um "abismo".
    Ainda existe muito preconceito sobre a eficiência da EAD e isso pode acontecer em função do despreparo de professores e alunos para lidar com tantas tecnologias novas. Ambos precisam se dedicar para aprender o novo modelo e sair da zona de conforto.
    Estamos diante de muitas mudanças. Temos que encará-las de forma positiva, buscando o crescimento.

    Parabéns pelas palavras!

    Professora Débora Rondinelli.

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  2. Profa. Debora:

    Penso que o momento da EaD on line seja um momento revolucionario e todos precisamos nos preparar, voce esta certa.

    abracos

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