quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Competências Digitais

Tantas inovações advindas da presença da internet e outras tecnologias digitais nos colocam frente a um desafio docente e dicente: desenvolver competências digitais para conviver na EaD.

Insisto; este é um desafio tanto de nós professores quanto de nossos alunos. E devemos refletir muito sobre que professores devemos ser na EaD.

As pesquisas apontam para uma maior inabilidade dos professores sobre computadores, internet, redes sociais e outras tantas ferramentas digitais (http://estadao.br.msn.com/educacao/professor-sabe-menos-de-computador-que-o-aluno?wa=wsignin1.0http://www.educacaoadistancia.blog.br/professor-ainda-ve-o-computador-como-intruso-na-sala-de-aula/); no entanto, nossos alunos, que em sua geração aprendem fazendo, deverão, a partir de agora, não só aprender a manipular tais ferramentas mas deverão saber o objetivo, o momento e formas oportunas. É muito bom surfar na internet, bater papo, encontrar amigos, compartilhar vídeos e fotos mas é preciso consciência que esta ferramenta nos permite o início de uma revolução do saber, mais socializado através da internet. Há grande utilidade na construção do conhecimento; eis a razão da EaD, penso.

Logo, os professores deverão aprender sim a serem mais conectados, mas os alunos deverão aprender uma forma de conexão madura e autônoma. 

A internet, assim como outras ferramentas deve possibilitar a mediação no ensino-aprendizagem visando ao desenvolvimento humano.

Acredito que tal conceito de competências digitais ainda mereça muito estudo e muita reflexão antes de ser difundido, no entanto, não há como deixar de pensar sobre. E, como diria Cortella (2007),  reconhecer o desconhecimento sobre certas coisas é sinal de inteligência e um passo decisivo para a mudança.

Emprestando os conceitos da Pedagogia e da Administração competência é a capacidade de mobilizar conhecimentos, habilidades e  atitudes visando um resultado (Chiavenato) ou a facilidade de mobilizar recursos cognitivos para solucionar situações (Perrenoud). Sendo assim, quais seriam as situações que nos esperam na EaD e quais conhecimentos, habilidades e atitudes devemos desenvolver estando à distância sejamos professores e/ou alunos?

Querem pensar comigo? Estou super afim de sugestões....

Referências Bibliográficas:

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas e o novo Papel dos Recursos Humanos nas Organizações.RJ: Elsevier, 2004.

CORTELLA, Mário Sérgio. Qual é a tua Obra? RJ: Vozes, 2010.

VIII Encontro de Pesquisadores em Educação: Currículo da Pontifícia Universidade Católica  de São Paulo, 2009. disponível em :http://www.slideshare.net/NeliMaria/competncias-digitais-uma-nova-dimenso-para-o-currculo-a-tecnologia-e-o-desenvolvimento-humano, acesso em 24 ago 2011.

Professor ainda vê Computador como Intruso na Sala de Aula. disponível em http://www.educacaoadistancia.blog.br/professor-ainda-ve-o-computador-como-intruso-na-sala-de-aula/, acesso em 24 ago. 2011.

Professor Sabe Menos de Computador que o Aluno. disponível em http://estadao.br.msn.com/educacao/professor-sabe-menos-de-computador-que-o-aluno?wa=wsignin1.0, acesso em 24 ago. 2011.

EDC - Educação à Distância 2007.2. disponível em http://www.moodle.ufba.br/mod/book/view.php?id=13137&chapterid=10638, acesso em 24 ago. 2011.





quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Perto ou Distante?

Tenho percebido que a partir da minha postagem inicial vários comentários demonstram uma mesma inquietação: como cuidaremos do convívio humano tão necessário na formação de profissionais que optaram por um curso à distância.

Pois bem, não defendo a idéia que o convívio deva ser excluído do ensino-aprendizagem, mas acredito que a educação à distância possa ser sim um elemento inovador que agregará novos valores e novas formas de conhecimento; por isso, a mesma deve ser adicionada à formação profissional e não ser uma substituta da educação já existente; isto na graduação.

Quanto ao professor estar presente fisicamente acredito que isso não seja o fato determinante para que a EaD seja considerada boa ou ruim; como comentado aqui em outras postagens por leitores, à vezes, convivemos com pessoas em nossa casa, em nosso dia-a-dia e mesmo assim há distância. Então, quando é que estamos de fato perto de alguém? Quando é que realmente estamos juntos de nossos alunos? Será a sala de aula física que nos aproxima mesmo ou podemos nos aproximar de outras maneiras?

Segundo Miguel G. Arroyo, " é de nosso ofício transmitir, ensinar e internalizar competências, formas de pensar, valorar e sentir que acompanharão os educandos na vida ativa, social e produtiva. Mas como cumpriremos essa função social? Ilustrando suas mentes e ensinando conhecimentos e formas de conhecer." (grifos nossos)

Ensinar-aprender é mais do que estarmos frente-a-frente num espaço físico. Envolve afetividade, inclusão do outro nessa relação; aceitação. Como ignorar a tecnologia digital do mundo de nossos educandos?

"...um bom docente será também um bom tutor. Um bom docente “cria propostas de atividades para a reflexão, apóia sua resolução, sugere fontes de informação alternativas, oferece explicações, facilita os processos de compreensão; isto é, guia, orienta, apóia, e nisso consiste o seu ensino”. Da mesma forma, o bom tutor deve promover a realização de atividades e apoiar sua resolução, e não apenas mostrar a resposta correta; oferecer novas fontes de informação e favorecer sua compreensão. “Guiar, orientar, apoiar” devem se referir à promoção de uma compreensão profunda, e estes atos são responsabilidade tanto do docente no ambiente presencial como do tutor na modalidade a distância" (LITWIN apud MACHADO; MACHADO)

Penso que seja assim que devemos cumprir nosso "ofício"; respeitando a realidade de nossa sociedade aprendente no momento em que ela convive e quer conviver com a internet.

"Todo conhecimento é humano, poderá e deverá ser útil, imprescindível. Poderá desenvolver a consciência e a lógica, o raciocínio e a sensibilidade, a memória e a emoção, a estética ou a ética. Depende do nosso trato pedagógico..."(ARROYO, 2000, p. 215)


Referências Bibliográficas:

ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre. Rio de Janeiro: Vozes, 2000. p. 182/183 e 215)
MACHADO, L. D.; MACHADO, E. de C. O papel da Tutoria em ambiente de EaD, 2004. Artigo publicado http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/022-TC-A2.acesso em 17 ago. 2011).




quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A Prática do É Dando que Recebe na EaD

"Vigora, portanto, uma circulação entre o dar e o receber, uma verdadeira reciprocidade. Ela representa, num sentido maior, a própria lógica do universo como não se cansam de enfatizar biólogos e astrofísicos. Tudo, galáxias, estrelas, planetas, seres inorgânicos e orgânicos, até as partículas elementares, tudo se estrutura numa rede intrincadíssima de inter-retro-relações de todos com todos.  Todos co-existem, inter-existem, se ajudam mutuamente, dão e recebem reciprocamente o que precisam para existir e co-evoluir dentro de um sutil equilíbrio dinâmico." (BOFF, Leonardo.É dando que se recebe?. http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/noticia/noticia.asp?cod_noticia=16945&cod_canal=85, acesso em 10 ago. 2011.)

As relações humanas que vivemos perpassam a dinâmica da partilha. Se eu dou amor e carinho provavelmente é isso que receberei em troca e se não receber, talvez deixe de dar. Na educação, em especial neste momento, na educação à distância, todos temos algo a dar e a receber, já que o aluno traz suas experiências para o processo de ensino-aprendizagem e também porque não é uma conta depósito de informações, como diz  Paulo Feire.
A tecnologia digital, ressalte-se a internet, proporciona neste momento de evolução, que a educação à distância se aproprie dessas possibilidades de inter-relações mútuas para que o conhecimento de todos nós seja aprimorado nesta vivência. As partilhas que posso viver no momento em que dou e recebo conhecimento na educação à distância, onde  o aluno também é agente ativo da construção do seu saber, nos levam, a partir de agora, a um processo de mudança e evolução na educação; nossa tarefa é equilibrarmos todas essas possibilidades de maneira a propiciarmos a construção do conhecimento autônomo e harmônico.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

 Educação Pós-Moderna


Celular toca...

- Paulinho, meu filho, acorda e vai estudar!- Estou estudando, Mãe...- Paulinho, estou vendo pela webcam que você está deitado dormindo, levanta!- Ah... Mãe... já estudei muito hoje, só um cochilo...- Paulinho, acompanhei seu dia pelo Twitter e a única coisa que você não fez foi estudar. Por falar nisso, o que significa a postagem “com a Carlinha no meu quarto” às 14:15h?- Mãe, a Carlinha é da escola e veio aqui tirar umas dúvidas minhas para a prova de amanhã.- É mesmo Paulinho? Será que essa Carlinha é a mesma das suas novas fotos no Facebook, da noite “frenética” de ontem, que você me disse que ia passar estudando na casa do Jorginho? Até onde sei, sua prova amanhã é de matemática e não anatomia!- Paulinho, se eu receber mais um scrap de sua professora pelo Orkut, vou ter que enviar um email formal a diretoria de sua escola com as evidências dos “porquês” de suas notas baixas.- Mas, Mãe..... eu....- Paulinho, não tem mas, nem mais... Tô vendo aqui pelo GPS do seu pai que ele estará em casa em poucos minutos e vamos ter uma conversinha, viu mocinho? Assim que ele colocar os pés em casa, te mando um torpedo e quero você imediatamente aqui na sala.

A modernidade chegou para trazer, transparência, conectividade, controle e gestão em qualquer aplicação!Ana Flávia Corujohttp://pensador.uol.com.br/poemas_educacao/4/)
....
Ando lendo, ouvindo, estudando e pensando muito, mas muito mesmo sobre educação; em especial em educação à distância. Será que tanta tecnologia digital irá mesmo ajudar no processo de ensino-aprendizagem? Será que a internet será mesmo ferramenta indispensável nesse processo?
Há prós e contras ao se falar em Educação à Distância, como há o lado bom e ruim de tudo na vida, como há opções diferentes a depender do objetivo que temos.
         Lendo o blog do profº João Mattar ( http://blog.joaomattar.com/ fiquei conhecendo uma campanha chamada "Educação não é Fast Food" iniciada por profissionais da área do  Serviço Social. Além de conhecer a campanha, as considerações do professor Mattar me despertam para uma reflexão que começa a aprofundar : Como trabalhar a educação à distância de maneira humana e socialmente correta?

O Paulinho do texto acima também não permite negar que as tecnologias digitais estão aí por toda a nossa vida e porque não poderia estar na educação... Mas de que maneira?

Se a internet  me permite atravessar oceanos, conversar com pessoas, conhecer culturas, ler de tudo um pouco, talvez ela deva permitir avanços no processo de ensino-aprendizagem. Mas essa mesma internet não me permite sentir o cheiro da terra, o calor do sol e de um abraço apertado, não me permite sentir as sensações que posso ter ao abraçar alguém e sentir calor ao tomar sol. Não me permite ser educada cedendo um lugar no ônibus ou mergulhar bem dentro de mim e do outro ao dizer "eu te amo" olhando em seus olhos e segurando em suas mãos.

A sensação que tenho com a chegada da educação à distância em minha vida profissional é que acabei de chegar do supermercado com aquele monte de sacolas e produtos que precisam ser colocados em seus devidos lugares para que sejam bem aproveitados...